terça-feira, 23 de outubro de 2012
domingo, 21 de outubro de 2012
ASPIRAÇÃO DE CORPOS ESTRANHOS
Prof. IVAN HAIDAMUS SODRÉ MARQUES
- Abordaremos as principais intercorrências na
clínica diária em relação à aspiração de corpos estranhos e suas consequências. Na maioria das vezes, a
aspiração de algum corpo estranho não requer procedimentos de urgência, a não
ser que obstrua totalmente a laringe.
Na clínica odontológica devemos nos preocupar com a
aspiração de elementos autógenos (dentes extraídos, pedaço de osso alveolar
etc.), materiais de uso habitual ou próteses. Os corpos estranhos aspirados seguem “caminhos”
diferentes e se alojam em estruturas anatômicas também diferentes.
Devemos ter cuidados
especiais em relação às crianças, pois muitas vezes elas podem ser vítimas de
aspiração de algum corpo estranho, o qual fica imóvel no organismo, se acomoda,
torna-se assintomático e, por isso, perigoso. Portanto, devemos estar atentos durante as
consultas, pois as crianças têm a curiosidade natural de saber para que serve
determinado material, levando-o à boca e, muitas vezes, engolindo-o.
Caso isso venha a ocorrer, temos de valorizar a
queixa da criança ou da mãe e levá-la a um centro médico para que se façam raios
X. Geralmente, os corpos
estranhos ingeridos entram numa fase assintomática e são descobertos através de
radiografias auxiliares de diagnóstico.
É comum em radiografia
de tórax encontrarmos corpos estranhos alojados nos brônquios ou em outra
estrutura anatômica. Dentre os instrumentos e
materiais de uso odontológico, iremos destacar os mais comumente aspirados: - As limas de tratamento endodôntico merecem destaque
especial, principalmente nos tratamentos sem uso de isolamento absoluto. Essas
limas modernas são geralmente de cabos plásticos não radiopacos, dificultando a
visualização através de radiografias; Pelo mesmo motivo, os sugadores modernos
descartáveis também apresentam o mesmo inconveniente.
Caso o paciente venha a aspirar uma lima
endodôntica ou um sugador, provavelmente irá tossir bastante no início do
ocorrido. Devemos, portanto, observar se ocorreu obstrução das vias aéreas superiores.
Em geral, nesses casos não ocorre a obstrução das
vias aéreas superiores e seu trajeto será: boca, laringe, faringe, traqueia,
esôfago, alojando-se no estômago e, posteriormente, são eliminados. Existem casos de
aspiração de próteses totais e aparelhos parciais removíveis danificados. É aconselhável instruir os pacientes para que
evitem dormir com essas próteses, pois são comuns serem aspiradas durante o
sono, com graves consequências, principalmente os aparelhos parciais removíveis
com grampos. Às vezes, os aparelhos estão quebrados, facilitando a sua
aspiração. Esses aparelhos acabam ferindo estruturas anatômicas importantes
durante a sua retirada.
Dentre as sequelas mais
comuns de um corpo estranho aspirado destacam-se as patologias dos brônquios.
Quando aí alojados, podem causar abscessos pulmonares de difícil drenagem.
Importante salientar que a retirada de um corpo estranho, via intraoral,
alojado na laringe, faringe ou traqueia é muito difícil e quase impossível.
As tentativas, na maioria das
vezes, são inúteis e acabam “lesionando as vias aéreas superiores”
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